A 30 de abril de 1945, Adolf Hitler suicida-se num bunker subterrâneo. O corpo foi descoberto mais tarde e identificado pelos soviéticos, envolto em contradições e histórias, antes de ser levado de volta para a Rússia. É realmente possível , que os soviéticos tivessem mentido todo este tempo, propositadamente para a história ser reescrita?
Ninguém pensava assim até a liberação dos documentos do FBI . Parece que é possível, que o homem mais odiado da história escapou da Alemanha devastada pela guerra e viveu uma vida bucólica e tranquila nos maravilhosos sopés da Cordilheira dos Andes ou alegadamente terá terminado a sua senda em algum longínquo lugar no Brasil.
Num documento do FBI de Los Angeles, é revelado que a agência estava ciente de um misterioso submarino fazendo caminho até a costa argentina levava para fora altos funcionários nazis. O que é mais surpreendente é o fato estranho que o FBI sabia que ele estava de fato a viver no sopé da Cordilheira dos Andes.
O que ele disse aos agentes foi impressionante. O informante não só sabia que Hitler estava na Argentina como confirmou ser um dos quatro homens dentro do submarino alemão. Aparentemente, dois submarinos haviam desembarcado na costa argentina: Hitler e Eva Braun estavam a bordo do segundo.
O governo argentino não só se congratulou com o ditador alemão, como objetivamente também auxiliou no seu esconderijo.
Este informante disse ainda que o líder nazista tinha cortado o seu bigode e vivia num rancho fortemente vigiado. “Se forem a um hotel em San Antonio, Argentina, consigo arranjar um homem que se encontre lá com vocês e vos diga onde é o rancho onde está Hitler”, disse o informante.
A informação chegou ao líder do FBI, J. Edgar Hoover, que a reencaminhou para o Departamento de Guerra.
No entanto, num documento de 21 de setembro de 1945, os agentes do FBI concluíram que devido à pouca informação seria impossível continuar a seguir esta pista.

Mesmo com uma descrição física detalhada, o FBI ainda dá indicações sobre como não acompanhar nova tese. Mesmo com evidências que colocaram o submarino alemão U-530 circundando a costa argentina pouco antes de chegar, e uma abundância de testemunhas oculares atestando que o oficial alemão foi deixado, nada nem ninguém foi investigado.
Em 1945, um Adido Naval em Buenos Aires havia informado Washington que havia uma alta probabilidade de que Hitler e Eva Braun tinham acabado de chegar na Argentina. Isso coincidiu com as aparições do submarino U-530.
Adicionado à prova estão, sob a forma de artigos de jornais, detalhes da construção de uma mansão em estilo bávaro, no sopé da Cordilheira dos Andes, trabalho do arquiteto Alejandro Bustillo que já escrevera sobre o seu projeto de construção de nova casa de Hitler. Tudo era financiado por ricos imigrantes alemães.
Talvez a evidência mais representativa de que Hitler sobreviveu à queda da Alemanha encontra-se na Rússia. Com a ocupação soviética da Alemanha, o corpo de Hitler deveria ser escondido rapidamente e levado para a Rússia, para nunca mais ser visto.
Dwight D. Eisenhower escreveu a Washington estar preocupado com o desaparecimento de Hitler (e não com a morte) e alguns documentos apresentam que não era apenas o general Eisenhower que estava preocupado com o desaparecimento de Hitler, Stalin também expressou essa preocupação.
Muito antes destas certezas ou confirmações já no livro “El Exilio de Hitler” (Ediciones Absalón), do jornalista argentino Abel Basti, de 54 anos, se sustenta que o líder nazi e sua mulher, Eva Braun, não se mataram.
Um jesuíta nonagenário é apresentado por Basti como uma de suas mais importantes fontes. Ele dispõe de muitas informações sobre a presença de Hitler na Espanha, segundo o jornalista. No livro, porém, não revela nada de sensacional.
Para não ser reconhecido, Hitler cortou o cabelo, ficou quase careca e rapou o bigode. Teria ficado irreconhecível. “O corte do bigode deixou à mostra uma cicatriz, sobre o lábio superior, que não era conhecida por gente comum.”

Adolf Hitler fugiu da Alemanha e depois de viver noutros países da América do Sul, morreu no Brasil aos 95 anos anos. Este é a tese de doutorado em jornalismo de Simoni Renée Guerreiro Dias, cidadã brasileira.
O ditador recorreu a amigos que tinha no Vaticano e fugiu da Alemanha depois de ter simulado a própria morte, alega a investigadora, que explica que o primeiro destino foi a Argentina após espera por submarino em Barcelona. Já com o apelido alterado para Adolfo Leipzig, Hitler ter-se-á depois mudado para o Paraguai, antes de rumar ao Brasil, onde morreu em 1984, com 95 anos, na cidade de Nossa Senhora do Livramento, no estado de Mato Grosso.
A investigadora, que reside no estado de Mato Grosso, revela que foram os relatos de um alemão idoso com muitas parecenças com Hitler que a levaram a investigar.
A tese foi contestada por Cândido Moreira Rodrigues, professor de História Política e Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso, que acusa a investigação de Simoni de falta de rigor científico.
Sobre o fato de a imagem mostrar um homem e a sua companheira, uma mulher negra, Simoni alega que era parte do disfarce, uma vez que ninguém pensaria que Hitler se envolveria com uma mulher que não fosse caucasiana.
O caso será desvendado em breve. Simoni conseguiu autorização para exumar o corpo de Adolf Leipzig e recolheu amostras de ADN, que serão comparadas com as de um descendente de Hitler.
Um outro livro, A última operação secreta do Terceiro Reich – de Juan Salinas e Carlos de Napoli – lançado pela Civilização Brasileira – com apoio do Ministério das Relações Exteriores e Cultura da Argentina, relata a misteriosa viagem da Europa à Mar del Plata de dois submarinos alemães, o U-530 e o U-977, após a rendição de 7 de maio de 1945, com grandes conjecturas sobre quais eram os objetivos dessa longa travessia, já depois da rendição alemã.
A calorosa recepção da Marinha em Mar del Plata aos submarinistas alemães aumentou as suspeitas que tinham como pano de fundo as evoluções da politica interna argentina, sob o domínio da dupla Farrell-Peron.
O livro é longo, quase 500 páginas, bem documentado e tem como moldura as complexas condições de rendição dos nazistas aos anglo-americanos e aos soviéticos, duas operações distintas recheadas de desconfianças mútuas, bem como do efêmero Governo do Almirante Doenitz que funcionou entre a anunciada morte do Fuhrer em 30 de abril de 45 e a rendição de 7 de maio.
Trata também das rendições paralelas no Norte da Itália e na Noruega, teatros secundários aonde as forças armadas alemãs não estavam taticamente derrotadas e poderiam resistir ainda se quisessem, bem abastecidas e com equipamento em bom estado.
Na viagem da Alemanha via Noruega para a Argentina, o U-530 torpedeou em 4 de julho, dois meses após a rendição alemã, o cruzador brasileiro BAHIA, que contava com 336 tripulantes, causando grande número de mortes após afundar em 6 minutos.
Esse episódio e outros pouco conhecidos tem um minucioso tratamento nesse livro interessante e surpreendente, mesmo para os que conhecem o tema da Segunda Guerra. São fatos e episódios que se entrelaçam à trama, como a derrota eleitoral de Churchill logo após o fim da Guerra, a Conferência de Potsdam e o encontro de Stálin com Truman pela primeira vez, a primeira deposição e prisão de Peron pela Marinha argentina, o Brasil muito presente na trama, a preparação da grande rota de fuga dos nazistas para a Argentina, que se daria entre 45 e 47.