Espera-se que poderosas tempestades solares possam perturbar significativamente a operação dos satélites de comunicações e até danificar o Telescópio Espacial Hubble.

Nos dias 10 e 11 de maio, a Terra foi coberta por uma forte tempestade geomagnética de nível G5, que causou múltiplas perturbações no funcionamento dos sistemas de comunicações e energia da Terra. Mas os cientistas acreditam que são esperadas tempestades solares mais poderosas num futuro próximo.

Nesse caso, pode ocorrer uma tempestade geomagnética, de potência comparável ao evento ocorrido em 1859, que causou o colapso das comunicações no planeta. Talvez novas tempestades tenham consequências ainda piores, escreve o Daily Mail.

Segundo Jonathan McDowell, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, as poderosas erupções no Sol continuarão até 2025. É em meados do próximo verão, como sugere o cientista, que ocorrerá o chamado máximo solar. Ou seja, o pico da atividade solar, quando inúmeros manchas solares aparece na superfície da estrela, provocando as mais poderosas erupções solares.

Segundo McDowell, no próximo ano ou mais, podemos facilmente esperar o surgimento das mais fortes tempestades geomagnéticas da Terra, causadas por emissões de radiação e plasma da superfície do Sol.

Cientistas que monitoram o clima espacial acreditam que até julho de 2025, mais de 100 manchas solares aparecerão no Sol, enquanto no mínimo solar, ocorrido há 5 anos, quase não havia

Dado que a última grande tempestade geomagnética foi causada por erupções numa mancha solar ainda maior do que aquela que desencadeou a tempestade geomagnética de 1859, o cientista espera que um evento semelhante possa acontecer novamente num futuro próximo.

Há 165 anos, devido a uma forte tempestade geomagnética em toda a Terra, as comunicações telegráficas foram desligadas e o funcionamento das bússolas nos navios foi interrompido. Acredita-se que os impactos futuros do Sol na Terra possam ser comparáveis ​​a este evento ou até causar danos maiores.

Os cientistas que monitorizam o clima espacial acreditam que até julho de 2025, mais de 100 manchas solares aparecerão no Sol, enquanto no mínimo solar, ocorrido há 5 anos, quase não existiam. Mas agora o número de manchas solares no Sol está crescendo e, portanto, está a ocorrer um número crescente de erupções e ejeções de plasma (ejeções de massa coronal).

Quanto mais fortes forem as erupções no Sol, maior será o impacto negativo que terão no funcionamento dos satélites de comunicação e dos sistemas de energia da Terra.

Segundo McDowell, os satélites já estão sentindo esse impacto, porque a densidade da alta atmosfera aumenta e fica mais difícil a movimentação dos satélites, o que pode levar à sua queda, ou pelo menos a uma mudança em sua trajetória.

Mesmo o Telescópio Espacial Hubble, devido a fortes tempestades solares, como descobriram os cientistas, provavelmente encerrará seu trabalho mais cedo, porque sua órbita está diminuindo. Além disso, a forte radiação afeta negativamente a operação dos instrumentos telescópicos.

McDowell acredita que num futuro próximo, devido ao aumento da atividade solar, podemos esperar consequências ainda mais negativas para as tecnologias na Terra e na órbita baixa da Terra.